Órgão Consultivo

Categoria: Informações em Processos de Consulta
Número:274/2022-CDCR/SUCOR
Data da Aprovação:10/13/2022
Assunto:Substituição Tributária
Ajustes relativos a Substituição Tributária


Nota Explicativa :
Nota: " Os documentos contidos nesta base de dados têm caráter meramente informativo. Somente os textos publicados no Diário Oficial estão aptos à produção de efeitos legais."

Texto
INFORMAÇÃO Nº 274/2022-CDCR/SUCOR
. Vide abaixo a Informação n° 262/2022 - CDDF/SUIRP - desmembramento para complementação das respostas às questões pela área com atribuições regimentais pertinentes.

..., pessoa jurídica de direito privado, estabelecida na Avenida ..., n° ..., Jardim ..., .../MT, inscrita no CNPJ sob o n° ... e no Cadastro de Contribuintes deste Estado sob o n° ..., formula consulta sobre os ajustes relativos à substituição tributária previstos no Capítulo IV do Anexo X do RICMS.

Em síntese, a consulente informa que adquire peças de carne bovina para revenda, retalhando tais peças em cortes menores, por exemplo, acém, picanha, alcatra, costela, etc., procedimento que torna difícil determinar a proporção do ICMS recolhido a título de substituição tributária relativa a cada uma destas partes para fins dos ajustes previstos no Capítulo IV do Anexo X do RICMS.

Expõe seu entendimento de que o ajuste pode ser feito considerando o montante da base de cálculo de saída e o montante do ICMS presumido nas entradas do período, utilizando o valor do ICMS apurado sobre todas as saídas do mês subtraído do valor do ICMS presumido relativo a todas as compras do mesmo mês.

Ante o exposto, questiona se:

1. Pode aplicar tal entendimento para os demais produtos vendidos na empresa (bebidas, refrigerante, papel alumínio e utensílios destinados a preparação do alimento para consumo).

2. Uma vez que é optante pelo Simples Nacional, é obrigada a entregar o SPED informando os ajustes.

É a consulta.

Preliminarmente, em consulta ao Sistema de Gerenciamento do Cadastro de Contribuintes desta SEFAZ/MT, constata-se que a consulente declara que exerce a atividade principal de comércio varejista de carnes – açougue – CNAE 4722-9/01, e, entre outras, as atividades secundárias de comércio varejista: (1) de produtos alimentícios em geral ou especializado em produtos alimentícios não especificados anteriormente (CNAE 4729-6/99); de hortifrutigranjeiros (CNAE 4724-5/00); de mercadorias em geral, com predominância de produtos alimentícios – minimercados, mercearias e armazéns (CNAE 4712-1/00); e de bebidas (CNAE 4723-7/00).

Ainda, do mesmo Sistema, extrai-se que a contribuinte é optante pelo regime favorecido Simples Nacional e que fez opção pelo Regime Optativo de Tributação da Substituição Tributária, com os efeitos se iniciando a partir de .../.../2023.

Inicialmente convém destacar, que, nos termos do artigo 13, § 1°, inciso XIII, da LC (federal) n° 123/2006, nas operações sujeitas ao regime de substituição tributária, os contribuintes optantes pelo Simples Nacional se submetem à legislação aplicável às demais pessoas jurídicas, ou seja, estão sujeitos às mesmas condições estabelecidas na legislação para os demais contribuintes não optantes pelo Simples Nacional.

Pois bem, o Regulamento do ICMS, aprovado pelo Decreto n° 2.212/2014, em seu Anexo X, Capítulo IV, assim dispõe sobre os ajustes relativos ao regime da substituição tributária:


Portanto, com relação aos ajustes relativos ao regime da substituição tributária, o contribuinte substituído deverá separar das demais operações praticadas no período aquelas que foram destinadas a consumidores finais localizados no Estado de Mato Grosso, cujo ICMS foi retido por substituição tributária. Destaca-se. Os ajustes ora estudados se aplicam apenas às operações destinadas a consumidores finais localizados no território do Estado.

Assim, conforme o fragmento normativo transcrito, com relação a tais operações, o contribuinte deverá calcular:
a) o montante do ICMS efetivo: somando os valores obtidos pela aplicação da alíquota interna sobre o valor praticado nas operações de saída interna, destinadas a consumidor final localizado neste Estado;
b) o montante do ICMS presumido: somando os valores obtidos pela aplicação das alíquotas internas utilizadas para fins de retenção do ICMS devido por substituição tributária sobre o valor que serviu de base de cálculo para as respectivas retenções.

Por fim, o contribuinte substituído deverá subtrair do montante do imposto efetivo o montante do imposto presumido, sendo que:
a) caso o saldo seja positivo: o valor deverá ser recolhido em favor do Estado até o dia 20 (vinte) do mês subsequente ao do respectivo período de apuração;
b) caso o saldo seja negativo: o valor poderá ser utilizado para compensar com outros débitos de ICMS do próprio estabelecimento do contribuinte, ou, a seu critério, ser mantido para compensar com eventuais saldos positivos supervenientes.

Nota-se, portanto, que, para a apuração do saldo de ICMS/ST, o contribuinte primeiramente deve determinar duas grandezas: (1) o montante de ICMS efetivo do período e (2) o montante de ICMS presumido (relativamente às respectivas saídas).

O montante do ICMS efetivo será calculado considerando o valor total das saídas praticadas no período (destinadas a consumidor final localizados em Mato Grosso, cujo ICMS foi retido antecipadamente por ST), multiplicado pela alíquota interna aplicável.

Enquanto que o montante do ICMS presumido será encontrado considerando o valor total das bases de cálculos utilizadas para calcular as respectivas retenções (referente às operações de saída), também multiplicado pela alíquota interna aplicável.

Logo, fica evidente que, para a apuração do montante do ICMS presumido no período, a consulente não poderá considerar o valor de todas as entradas efetivadas no mês.

Feitas tais considerações, passa-se a responder os questionamentos na ordem em que foram propostos:

1. Não. O montante do ICMS presumido será encontrado considerando o valor das bases de cálculos utilizadas para calcular as respectivas retenções (referente às operações de saída), também multiplicado pela alíquota interna aplicável.
Assim, com relação as operações com os cortes de carne resultantes do procedimento de retalhamento das peças de carne bovina, a consulente, para determinar o montante do ICMS presumido do período, poderá utilizar a proporcionalidade entre o valor total de saída dos cortes e o valor de saída do respectivo corte, aplicando-a sobre o valor total da base de cálculo presumida na respectiva operação de entrada.

Ademais, para o cálculo da proporcionalidade, poderá ser utilizado o preço médio de saída de cada corte.

2. Considerando tratar-se de questionamento sobre o cumprimento de obrigação acessória, matéria que não está no âmbito das atribuições regimentais desta unidade fazendária, a consulta será desmembrada para que a unidade competente promova a respectiva resposta.

Por fim, registra-se que não produzirá os efeitos legais previstos no artigo 1.002 e no parágrafo único do artigo 1.005 do RICMS a consulta respondida sobre matéria que esteja enquadrada em qualquer das situações previstas nos incisos do caput do artigo 1.008 do mesmo Regulamento.

Alerta-se que, em sendo o procedimento adotado pela consulente diverso do aqui indicado, respeitado o quinquênio decadencial, deverá, no prazo de 15 (quinze) dias úteis, contados da ciência da presente, regularizar suas operações, inclusive com recolhimento de eventuais diferenças de imposto, ainda sob os benefícios da espontaneidade, com acréscimo de correção monetária, juros e multa de mora, calculados desde o vencimento da obrigação até a data do efetivo pagamento.

Após o transcurso do prazo apontado, ficará o estabelecimento consulente sujeito ao lançamento de ofício, para exigência de eventuais diferenças, nos termos do artigo 1.004 do RICMS.

Assinala-se que esta resposta não se enquadra nas hipóteses das alíneas do inciso I do § 2° do artigo 995 do RICMS, conforme redação dada pelo Decreto n° 1.076, de 24 de agosto de 2021, logo, não se submete à análise da Câmara Técnica pertinente.

É a informação, ora submetida à superior consideração, com a ressalva de que os destaques apostos nos dispositivos da legislação transcrita não existem nos originais.

Coordenadoria de Divulgação e Consultoria de Normas da Receita Pública da Superintendência de Consultoria Tributária e Outras Receitas, em Cuiabá/MT, 13 de outubro de 2022.


Damara Braga Almeida dos Santos
FTE
DE ACORDO.

Elaine de Oliveira Fonseca
Coordenadora – CDCR/SUCOR

APROVADA.

Jose Elson Matias dos Santos
Superintendente de Consultoria Tributária e Outras Receitas




INFORMAÇÃO Nº 262 /2022 - CDDF/SUIRP

..., empresa estabelecida à ..., nº ..., Bairro ..., no município de .../MT, inscrita no cadastro de contribuintes da SEFAZ/MT com o numero ... e cadastrada com CNAE principal´4722 – 9/01 Comercio varejista de carnes – açougues -, formula consulta sobre ajustes a serem efetuados na EFD relativos as saídas de mercadorias sujeita ao regime de substituição tributária.

DOS FATOS

Olá, a empresa deve fazer o ajustei de ICMS, porem o mesmo compra peças de novilha e depois essas peças é rateada em vários produtos, novilha, vira acém, picanha, alcatra, costela e etc, ficando assim impossível calcular o icms presumido na entrada para calculo de ajuste com a saída devido não conseguir identificar exato produto de entrada com produto de saída.

As nf vem com calculo St todo destacado na nf de compra dos meus fornecedores, então eu consigo saber total de icms presumido que deu nas minhas compras do mês.

OBS: poucas nf vem corte separado impossibilite de controlar o que realmente vem segregando e o que veio na novilha.

Ajuste sera feito de acordo coma legislação do anexo X capitulo IV DOS AJUSTES RELATIVOS À SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA Visando que ira sempre gerar possível saldo a recolher mensalmente, devido o icms presumido

DA INTERPRETAÇÃO DA CONSULENTE

De acordo com a legislação do anexo X capitulo IV – devo calcular ajuste, subtraindo o icms da base de calculo da vende a consumidor final pelo icms presumido, o resultado negativo corresponde a credito o resultado a positivo corresponde ao debito a recolher.

Devo ainda identificar o icms presumido da entrada para fazer o calculo com icms da saída.

DOS QUESTIONAMENTOS DA CONSULENTE

Devido se tratar de produto que sofre alteração na sua descrição, mas mantem a sua classificação no NCM, tenho entendimento que posso fazer esse ajuste pelo montante da base de calculo da saída pelo montante do icms presumido na minha compra dentro do mesmo mês. Usando o icms apurado sobre todas as emissões do mês subtraído ao icms presumido apurado sobre todas as compras do mesmo mês.

Posso aplicar esse entendimento do questionamento acima, para os demais produtos vendidos na empresa? (produtos, como bebidas, refri, papel alumínio e utensílios destinado a preparação do alimento para consumo).

Ai questiono seu a empresa sera obrigada a entregar sped informando o ajuste, uma vez que a mesma é optante do simples nacional.

DA RESPOSTA

A consulente formulou dois questionamentos:

1. Posso aplicar esse entendimento do questionamento acima, para os demais produtos vendidos na empresa? (produtos, como bebidas, refri, papel alumínio e utensílios destinado a preparação do alimento para consumo).

2. Ai questiono seu a empresa sera obrigada a entregar sped informando o ajuste, uma vez que a mesma é optante do simples nacional.

A consulta foi desmembrada sendo o questionamento de numero 1, por se tratar da obrigação principal, respondido na informação nº 274/2022-CDCR/SUCOR.

Quanto a questão nº 2: sendo a empresa optante pelo simples nacional, pelo fato de ter efetuado vendas de produtos sujeitos a ST, será obrigada a entregar a EFD com o devido ajuste?

R. Em primeiro lugar, os contribuintes optantes pelo regime diferenciado estão desobrigados da escrituração fiscal digital–EFD; estão obrigados à entrega da DeSTDA-Declaração de Substituição Tributária, Diferencial de Alíquota e Antecipação conforme dispõe o caput do artigo 2º-A do Anexo IX do RICMS/MT.

Em segundo lugar, a titulo de orientação, nas saídas de mercadorias sujeitas ao regime de substituição tributária e também daquelas cujo imposto tenha sido antecipado, deverá efetuar a apuração de acordo com o disposto no artigo 2º do Anexo IX do RICMS/MT abaixo transcrito:


E, por sua vez, o mesmo dispositivo nos seus §§ 1º e 2º abaixo transcritos, dispõem sobre o registro dessas operações:

É a informação que submetemos a consideração superior.

Coordenadoria de Documentos e Declarações Fiscais, da Superintendência de Informações da Receita Pública, em Cuiabá – MT, de de 2022.

TÂNIA M. F. CASTELO BRANCO
Fiscal de Tributos Estaduais

De acordo:
EDUARDO CARNAUBA G S LIMA
Coordenador de Documentos e Declarações Fiscais

Aprovo:
LEONEL JOSÉ BOTELHO MACHARET
Superintendente de Informações da Receita Pública