Conselho Administrativo Tributário - CAT
Ementário das Decisões

Assunto:1 ICMS GARANTIDO INTEGRAL – INCONSTITUCIONALIDADE. 2. RETIFICAÇÃO TIPIFICAÇÃO PENALIDADE – MUDANÇA CRITÉRIO JURÍDICO. 3. FALTA REGISTRO NOTA FISCAL ENTRADA E OMISSÃO DE VENDAS – OPERAÇÕES INFORMADAS PELOS FORNECEDORES POR MEIO MAGNÉTICO – MATERIALIDADE COMPROVADA. 4. INADIMPLÊNCIA NO RECOLHIMENTO DO IMPOSTO – DOCUMENTO ARRECADAÇÃO COM AUTENTICAÇÃO FALSA – INCIDÊNCIA DO DISPOSTO NO ART. 162, § 2º CTN E ART. 31, § 20 DA PORTARIA 69/2000-SEFAZ. 5. FALTA REGISTRO NOTA FISCAL ENTRADA – PRESUNÇÃO LEGAL DE OMISSÃO VENDAS. RECURSO VOLUNTÁRIO – PARCIAL PROVIMENTO
Texto:1. A sujeição constitucional dos agentes públicos ao princípio da legalidade tem sustentação lógica na presunção de constitucionalidade e legalidade das regras que integram o ordenamento, o que constitui elemento fundamental do princípio da segurança jurídica. Logo, não compete à autoridade administrativa apreciar suposta ilegalidade de dispositivos, legitimamente, inseridos no ordenamento jurídico tributário estadual. Inteligência do disposto no art. 36, § 2º da Lei 8.797/2008. 2. O lançamento tributário, como qualquer atividade administrativa, pode conter impropriedades que levem à sua alteração; logo, a retificação da tipificação da infração ou penalidade não resulta na nulidade da ação fiscal ou da decisão monocrática que a acolheu. Inteligência dos artigos 26 e 27 da Lei 7.609/2001e artigos 25 a 27 da Lei nº 8.797/2008. 3. Em se tratando de autuação por falta de registro de notas fiscais de entrada e, a conseqüente omissão de vendas, amparada em relatórios gerados a partir de registros fiscais informados pelo emitente do documento fiscal, torna-se absolutamente dispensável a juntada de cópia das Notas Fiscais. Este Colegiado tem se posicionado no sentido de que as informações obtidas por meio magnético comprovam a materialidade da operação efetuada. Outrossim, limitar-se a negar a aquisição das mercadorias sem tomar uma providência mais concreta com vistas à elucidação dos fatos, é irrelevante para a produção de qualquer efeito elidente. 4. No caso em comento, não se questiona a responsabilidade pelas falsificações, mas pela inadimplência no recolhimento do imposto. Ressalta-se que o art. 162, § 2°, do CTN, dispõe que o crédito pago por cheque somente se considera extinto com o resgate deste pelo sacadoe, nos termos do § 20, do artigo 31, da Portaria 69/2000-SEFAZ de 19.09.2000, a quitação do documento de arrecadação se dá quando da verificação da sua baixa no Sistema de Arrecadação. Por tais razões, inócua a alegação de que cumprira com a sua obrigação tributária, não podendo ser responsabilizado por desvios de receita do banco arrecadador. 5. A falta de registro de Nota Fiscal de Entrada caracteriza presunção legal de omissão de vendas, nos termos do inciso XI do § 3º do art. 11 da Lei 7.098/98. Os tribunais têm admitido as presunções como meio de evitar a sonegação fiscal, vez que, tal técnica, possibilita resolver as incongruências entre realidade jurídica e realidade econômica, criada, deliberadamente, pelo contribuinte, com fins de fraudar à legislação tributária.
Com esse entendimento à unanimidade dos votos e, ouvida a Representação da Procuradoria Geral do Estado, decidiu-se pela reforma da decisão monocrática que julgou procedente a ação fiscal na forma retificada para julgá-la parcialmente procedente na forma retificada, excluindo-se das Infrações 2.1.2 e 16.1.1 o imposto referente aos fatos geradores dos meses de outubro e novembro/2000, nos termos do art. 156, inciso V do Código Tributário Nacional
Ementa nº:142/2008
Processo nº:091/2008-CCON
AIIM/NAI nº:24846001300004200613
Decisão/Acordão: Única
Decisão/Acordão nº.: 142/2008
Data Decisão/Acordão:09/30/2008
Nome do RelatorRelatora: Lourdes Emília de Almeida - Revisora: Helma Auxiliadora Martins da Cunha
Resolução nº:011/2008 – CC/Pleno - D.O.E. 03/11/2008