Legislação Tributária
ATOS NORMATIVOS DA SEFAZ
Ato:
Portaria-Revogada
Número/Complemento
Assinatura
Publicação
Pág. D.O.
Início da Vigência
Início dos Efeitos
76
/98
11/09/1998
12/02/1998
1
02/12/98
02/12/98
Ementa:
Dispõe sobre o regime de estimativa fiscal.
Assunto:
Regime de Estimativa Fiscal
Alterou/Revogou:
- Revogou Portaria Circular 37/95
- Revogou a Portaria Circular 50/96
Alterado por/Revogado por:
-
Revogada
pela Portaria 50/99
Observações:
Ver
Portaria nº079/98
.
Ver Informações nº
394/01
;
Nota Explicativa:
Nota: " Os documentos contidos nesta base de dados têm caráter meramente informativo. Somente os textos publicados no Diário Oficial estão aptos à produção de efeitos legais."
Texto:
PORTARIA Nº 076/98-SEFAZ
-
Dispõe sobre o regime de estimativa fiscal.
-
O SECRETÁRIO DE ESTADO DE FAZENDA DE MATO GROSSO
, no uso de suas atribuições legais e,
CONSIDERANDO
o que dispõe os artigos 80 a 85 do Regulamento do ICMS, aprovado pelo Decreto nº 1.944, de 06 de outubro de 1989, que faculta ao fisco, no seu interesse, o enquadramento de contribuintes no regime de recolhimento do Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação - ICMS, por estimativa, desde que respeitado o princípio constitucional da não-cumulatividade do imposto,
RESOLVE:
Art. 1º
Ficam enquadrados no regime de recolhimento do ICMS, por estimativa, os contribuintes inscritos no Cadastro de Contribuintes do Estado - CCE com os Códigos de Atividade Econômica - CAE de 3.01.01 a 3.23.99, 4.01.01 a 4.16.99 e 5.01.01 a 5.11.99, que venham participando de forma negativa ou com pequena representatividade na arrecadação do ICMS, ressalvados aqueles que:
I
- produzam ou comercializem, exclusivamente, mercadorias sujeitas ao regime de substituição tributária;
II
– tenham iniciado atividades há menos de 06 (seis) meses;
III
– desempenhem atividade tipicamente monopolista ou oligopolista;
IV
– embora em atividade, estejam com inscrição suspensa, cassada ou baixada, ainda que sumariamente ou
ex officio
, no Cadastro de Contribuintes do Estado.
Parágrafo único
Na sua conveniência, o fisco, considerando peculiaridades de determinadas atividades econômicas, poderá excluir do regime de que trata esta Portaria seus respectivos Códigos de Atividade Econômica, ainda que compreendidos nos intervalos citados no
caput.
Art. 2º
O valor do ICMS estimado a ser recolhido em um período pré-estabelecido será calculado a partir das Entradas Líquidas Tributadas do contribuinte, verificadas em um determinado período-base, apuradas em conformidade com as informações prestadas pelo mesmo na sua GIA-ICMS, acrescidas do Valor Agregado Estimado.
§ 1º
Para os efeitos do disposto no
caput
, consideram-se:
I - Entradas Líquidas Tributadas:
a soma dos valores das entradas tributadas do contribuinte, formadas pelas compras e transferências tributadas, originárias de Mato Grosso, de outras unidades federadas e do exterior, deduzidas as devoluções de compras tributadas;
II - Valor Agregado Estimado
: o resultado da multiplicação das Entradas Líquidas Tributadas do contribuinte pelo Percentual de Valor Agregado Contábil Mediano, relativo ao seu Código de Atividade Econômica;
III - Percentual de Valor Agregado Contábil Mediano
(do Código de Atividade Econômica): o Percentual de Valor Agregado Contábil do contribuinte que estiver no meio da amostra;
IV - Percentual de Valor Agregado Contábil:
é a relação percentual entre o Valor Agregado Contábil e as Entradas Líquidas Contábeis do contribuinte;
V - Valor Agregado Contábil:
a diferença entre as Saídas Líquidas Contábeis e as Entradas Líquidas Contábeis do contribuinte:
VI - Saídas Líquidas Contábeis:
a soma dos valores das saídas contábeis do contribuinte, formadas pelas vendas e transferências contábeis, efetuadas para Mato Grosso, outras unidades federadas e para o exterior, deduzidas as devoluções de vendas contábeis;
VII - Entradas Líquidas Contábeis:
correspondem à soma dos valores das entradas contábeis do contribuinte, formadas pelas compras e transferências contábeis, originárias de Mato Grosso, de outras unidades federadas e do exterior, deduzidas as devoluções de compras contábeis.
§ 2º
Para a obtenção da mediana relativa ao Percentual de Valor Agregado Contábil de cada Código de Atividade Econômica, serão observados os seguintes parâmetros:
I
- a amostra será constituída por todos os contribuintes ativos no Cadastro de Contribuintes do Estado que apresentaram a GIA-ICMS referente ao ano base de 1997, excluídos aqueles cujo Valor Agregado Contábil seja igual ou inferior a zero; e
II
- não serão consideradas as atividades econômicas que, dentro da amostra, tenham representatividade inferior a 10 (dez) contribuintes.
§ 3º
Na hipótese de exclusão de que trata o inciso II do parágrafo anterior, será considerado como Percentual de Valor Agregado Contábil Mediano do respectivo Código de Atividade Econômica, para efeitos do cálculo da parcela de estimativa, aquele obtido pelo grupo de atividade econômica ao qual pertence o contribuinte, na forma prevista em normas complementares editadas pela Coordenadoria-Geral do Sistema Integrado de Administração Tributária.
§ 4º
Será considerado como valor do
ICMS Estimado
, no período, o resultante da aplicação da alíquota de 17% (dezessete por cento) sobre o Valor Agregado Estimado.
§ 5º
Mensalmente, o contribuinte deverá recolher o valor do
ICMS Estimado Mensal
, ou seja, o resultado da divisão do ICMS Estimado pelo número de meses que compõe a série histórica das Entradas Líquidas Tributadas do período base.
Art. 3º
O contribuinte será cientificado de seu enquadramento no regime de estimativa e do Valor Estimado Mensal através da Notificação de Enquadramento e Revisão de Estimativa – NERE -, emitida em via única, cujos modelos, em anexo, com esta se aprova.
§ 1º
A NERE será encaminhada para o endereço do estabelecimento constante do Cadastro de Contribuintes do Estado, por meio de registro postal, servindo como comprovante da respectiva entrega o aviso de recebimento ("AR") correspondente.
§ 2º
Na impossibilidade de efetuar a entrega da NERE na forma preconizada no parágrafo anterior, serão utilizados os demais meios previstos no artigo 474 do Regulamento do ICMS.
Art. 4º
O período de enquadramento será de até 24 (vinte e quatro) meses, considerados de janeiro de 1999 a dezembro de 2000, inclusive.
§ 1º
Para os contribuintes notificados a partir do mês de janeiro de 1999, o período de enquadramento terá como termo de início o mês subseqüente ao do lançamento.
§ 2º
O fisco poderá a qualquer tempo e a seu critério:
I
- promover o enquadramento de qualquer estabelecimento no regime de estimativa;
II
- rever os valores estimados e reajustar as parcelas mensais, mesmo no curso do período de enquadramento:
III
- promover o desenquadramento de qualquer estabelecimento do regime de estimativa, mencionado as circunstâncias.
Art. 5º
As parcelas estimadas deverão ser recolhidas até o 5º (quinto) dia do mês subseqüente ao de referência.
§ 1º
O recolhimento espontâneo, após o decurso do prazo fixado no
caput
, ensejará ainda aplicação dos acréscimos legais cabíveis.
§ 2º
Para o recolhimento das parcelas mensais, deverá ser utilizado o Documento de Arrecadação - DAR-1/AUT, emitido eletronicamente pela Coordenadoria de Arrecadação, que conterá todas as informações para o controle do regime, sem prejuízo das demais, exigidas pela Portaria nº 021/98-SEFAZ, de 17.03.98.
Art. 6º
Quando o contribuinte, por razão fundamentada, discordar do valor do imposto estimado, ou do seu enquadramento no regime de estimativa, poderá apresentar pedido de revisão, obedecidos a forma e critérios especificados em norma complementar a ser editada pela Coordenadoria-Geral do Sistema Integrado de Administração Tributária.
§ 1º
O pedido de revisão de que trata o
caput
será apreciado pelo Coordenador de Arrecadação que adotará as providências para emissão de nova NERE, tendo por natureza, revisão, desenquadramento ou indeferimento, conforme resolva pela redução do valor estimado, pelo desenquadramento do contribuinte do regime ou pelo indeferimento do pedido.
§ 2º
Do resultado do pedido de revisão, caberá recurso ao Coordenadoria-Geral do Sistema Integrado de Administração Tributária, que poderá ser interposto no prazo de 30 (trinta) dias, contados da ciência da nova NERE.
§ 3º
Os pedidos de revisão e de recursos não terão efeitos suspensivos, ficando o contribuinte obrigado a recolher o valor das parcelas estimadas, até o julgamento final de sua petição.
§ 4º
O desenquadramento do regime obriga o contribuinte a antecipar a apresentação da GIA-ICMS, informados Motivo 6 - Mudança de Periodicidade, declarando o movimento ocorrido durante o período em que vigorou a estimativa.
§ 5º
Em qualquer caso, a juntada de documento fiscal ou contábil ou a prestação de informação ou declaração que não sejam fidedignos anula a decisão neles fundamentada, facultando ao fisco os procedimentos fiscais cabíveis, relativamente ao período de enquadramento do contribuinte.
Art. 7º
O estabelecimento enquadrado no regime de estimativa fará, nos dias 30 de junho e 31 de dezembro de cada ano, a apuração de que trata o artigo 78 do Regulamento do ICMS.
§ 1º
O montante da diferença do imposto apurado na forma do
caput
deste artigo deverá ser transcrito no campo "Observações" do livro Registro de Apuração do ICMS.
§ 2º
A diferença do imposto verificada entre o montante recolhido em moeda corrente e/ou compensado em conformidade com o asseverado no § 4º deste artigo, e o apurado será:
I
- se favorável ao fisco:
a)
recolhida espontaneamente, de uma só vez, até os dias 05 (cinco) de julho do mesmo ano e 05 (cinco) de janeiro do ano subseqüente;
b)
decorridos os prazos mencionados na alíneas anterior, recolhida espontaneamente ou através de ação fiscal, observada a adição dos acréscimos legais pertinentes;
II
- se favorável ao contribuinte, compensada em recolhimentos futuros, mediante solicitação do interessado, devidamente homologada pelo fisco, respeitados a forma e critérios estabelecidos em norma complementar a ser editada pela Coordenadoria-Geral do Sistema Integrado de Administração Tributária.
§ 3º
Para efeito do disposto no inciso II do parágrafo anterior, considera-se solicitação de homologação do saldo credor a apresentação da GIA-ICMS semestral, conforme prevê legislação específica, que contenha as informações necessárias à análise do crédito.
§ 4º
O crédito homologado será lançado e controlado em conta-corrente do contribuinte, sendo utilizado pela Coordenadoria de Arrecadação para dedução do valor a recolher em futura emissão de DAR-1/AUT referente a meses subseqüentes.
§ 5º
É vedado ao contribuinte deduzir, por sua iniciativa, saldo credor diretamente em documento de arrecadação, sem observância do preconizado no parágrafo anterior.
Art. 8º
Suspensa a aplicação do regime de estimativa, antecipar-se-á o cumprimento da obrigação prevista no artigo anterior, hipótese em que a diferença do imposto verificada entre o montante recolhido em moeda corrente e/ou compensado em conformidade com o disposto no § 4º do artigo anterior, e o apurado será:
I
- se favorável ao fisco:
a)
recolhida dentro do prazo de 30 (trinta) dias, contados da data em que o estabelecimento for desenquadrado do regime de estimativa ou em que ocorrer a cessação de sua atividade;
b)
decorridos ao prazos mencionados na alínea anterior, recolhida espontaneamente ou através de ação fiscal, observada a adição dos acréscimos legais pertinentes;
II
- se favorável ao contribuinte, após o procedimento previsto no inciso II do § 2º do artigo antecedente:
a)
compensada, no casos de desenquadramento, mediante lançamento no livro Registro de Apuração do ICMS, quadro "Crédito do Imposto - Outros Créditos" - com a expressão "Excesso de Estimativa";
b)
restituída ao contribuinte, desde que autorizada pelo Secretário de Estado de Fazenda, nos casos de cessação de atividade.
Parágrafo único
Qualquer restituição ou compensação, nas hipóteses previstas no inciso II deste artigo deverá ser precedida de levantamento fiscal.
Art. 9º
A apresentação de pedido de paralisação temporária de atividades implicará a suspensão do pagamento das parcelas estimadas durante a vigência dessa paralisação, conforme prevê a legislação.
§ 1º
Juntamente com a FAC de paralisação temporária das atividades, o contribuinte deverá apresentar a GIA-ICMS relativa ao período em que esteve em atividade, no semestre civil, de acordo com a legislação própria.
§ 2º
Caso o contribuinte retorne às suas atividades antes do encerramento do semestre civil em que houve a cessação, estará automaticamente enquadrado no regime de estimativa, devendo recolher a parcela mensal pelo montante estimado para o referido semestre, independentemente do recebimento do respectivo DAR-1/AUT do mês de referência.
Art. 10
O Requerimento de baixa da inscrição estadual, devidamente protocolizado na Agência Fazendária do seu domicílio fiscal, implica desenquadramento automático do contribuinte do regime de estimativa.
Art. 11
Para o enquadramento e cálculo da estimativa referente ao primeiro semestre de 1999, serão utilizadas as informações constantes da GIA-ICMS relativa ao exercício de 1998, ano-base de 1997, observando-se, ainda, o que segue:
I
- excepcionalmente, para fixação do valor estimado dos contribuintes enquadrados nos CAE 5.05.01, 5.05.05 e 5.05.07, no cálculo das
Entradas Líquidas Tributadas
serão consideradas também as compras e transferências de mercadorias submetidas ao regime de substituição tributária, conforme informações prestadas na GIA-ICMS referente ao ano-base de 1997;
II
- para o contribuinte omisso na apresentação da GIA-ICMS, já enquadrado no regime de estimativa, será considerado como o Valor Estimado Mensal o fixado no lançamento anterior, que deverá ser recolhido até o final do semestre civil considerado;
III
- qualquer que seja o critério observado para a fixação do ICMS Estimado Mensal do contribuinte, nenhuma parcela poderá ser inferior a R$ 20,00 (vinte reais);
IV
- os saldos credores de semestres anteriores, homologados e ainda não integralmente compensados, de contribuintes atualmente enquadrados no regime de estimativa na forma das Portarias Circulares nº 050/96 e 037/95-SEFAZ, respectivamente, de 24.06.96 e 08.05.95, serão compensados de acordo com o disposto em norma complementar a ser editada pela Coordenadoria-Geral do Sistema Integrado de Administração Tributária;
V
- em relação ao saldo credor obtido na apuração semestral a ser realizada em 31 de dezembro de 1998, será observado o disposto no inciso II do § 2º e nos § § 3º a 5º do artigo 7º.
Art. 12
Fica a Coordenadoria-Geral do Sistema Integrado de Administração Tributária autorizada a editar as normas complementares, necessárias ao fiel cumprimento desde Ato.
Art. 13
Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário, especialmente as Portarias Circulares nº 037/95 e 050/96, de 08.05.95 e 24.06.96, respectivamente.
CUMPRA-SE.
Gabinete do Secretário de Estado de Fazenda, em Cuiabá-MT, 09 de novembro de 1998.
Valter Albano da Silva
Secretário de Estado de Fazenda